Guerra cambial: o que é?
A guerra cambial é um tema que tem sido motivo de preocupação para vários países e investidores ao redor do mundo. O motivo disso é que uma guerra cambial pode trazer sérios problemas para o mercado financeiro.
O principal motivo pelo qual se comenta sobre a guerra cambial é a disputa comercial que travada entre Estados Unidos e China. Ambos os países já tinham travado uma guerra cambial entre si, por volta de 2010, época que os Estados Unidos buscavam se recuperar da crise financeira de 2008.
Mas de que forma acontece uma guerra cambial? Neste post, entenderemos como funciona esta medida, quais os objetivos dos países envolvidos e que consequências ela pode trazer para o mercado financeiro.
O que é uma guerra cambial?
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A guerra cambial pode ser definida como um conjunto de medidas tomadas por um governo para impedir a valorização de uma respectiva moeda. A primeira vez que se ouviu falar do termo foi em 2010, na fala do ministro Guido Mantega, que se referia a disputa comercial travada entre China e Estados Unidos na época.
Apesar de ter começado por conta de uma disputa entre os dois países mencionados, não demorou muito para que a guerra cambial se expandisse e afetasse outros países, incluindo o Brasil, que também teve que adotar medidas de manipulação do câmbio, para não ser prejudicado nas relações internacionais.
Como funciona uma guerra cambial?
Em uma guerra cambial, os países buscam desvalorizar as suas próprias moedas, a fim de se tornar mais competitivo no mercado internacional. Para entender como funciona uma guerra cambial, vamos usar como o exemplo a guerra travada por Estados Unidos e China entre 2009-2011.
Em 2008, os Estados Unidos enfrentaram a sua pior crise financeira desde a grande depressão de 1929. Devido o alto número de desempregados no país, o mercado interno norte-americano esfriou bastante.
Para restaurar a sua economia, os Estados Unidos precisavam exportar mais. A solução encontrada foi desvalorizar o dólar, para diminuir os preços e aumentar o número de exportações no país. Isso aconteceu quando os Estados Unidos decidiram dispor mais dólares no mercado.
A China fez a mesma coisa, com meios diferentes. A medida utilizada foi o câmbio fixo, que permite ao estado determinar o valor da sua própria moeda, no caso da China, o Yuan. Dessa forma, a guerra cambial se iniciou, com ambos os países usando os recursos que tinham disponíveis para desvalorizar a sua moeda e movimentar suas finanças.
Qual é o objetivo de uma guerra cambial?
Ao manipular o seu próprio câmbio, o país visa aumentar a sua competição no mercado internacional. Foi isso que a China fez em 2009, dando início a guerra cambial contra os Estados Unidos.
Assim, podemos dizer que uma guerra cambial nada mais é do que uma disputa comercial entre países que desejam aumentar o número de suas exportações, e que, para isso, não hesitam em desvalorizar a sua própria moeda.
Quais são as consequências de uma guerra cambial?
Enquanto os países que travam a guerra cambial buscam trazer benefícios para si, outros países sofrem consequências negativas em suas economias. Isso por que os preços dos seus produtos ficam mais caros, de forma involuntária.
Com isso, os países podem ser prejudicados tanto no mercado externo, já que os países que manipularam o seu cambio exportam mais, como também no mercado interno, já que as pessoas deixam de comprar no mercado nacional e recorrem às exportações.
A guerra cambial é considerada ilegal e vai contra as regras do Fundo Monetário Internacional. Apesar disso, não existe ainda nenhuma punição para essa situação. É por trazer consequências negativas para outras partes, além dos envolvidos, que a guera cambial é um motivo de apreensão para países do mundo todo.